Juniores A

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sábado, 11 de junho de 2011

25 PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE MOTIVAÇÃO

 

PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE MOTIVAÇÃO


1. A aprendizagem cooperativa toma-se mais motivante que a aprendizagem individualista e competitiva.

2. A organização flexível de um grupo aumenta a motivação intrínseca.

3. As tarefas criativas são mais motivadoras que as repetitivas.

4. Em relação ao êxito escolar há que afirmar que

- Conhecer as causas do êxito ou do fracasso em uma tarefa determinada, aumenta a motivação intrínseca.

- O reconhecimento do êxito de um aluno ou de um grupo de alunos, por parte do professor, de uma tarefa determinada, motiva mais que o reconhecimento do fracasso, e se aquele é público, melhor.

- O registo dos progressos na consecução das metas propostas costuma aumentar a motivação intrínseca. As actividades devem graduar-se de tal forma que, a partir das mais fáceis, o aluno vá obtendo êxitos sucessivos (o êxito gera êxito).

5. A elaboração significativa das tarefas escolares gera motivação intrínseca. Não acontece o mesmo com as tarefas repetitivas e conceptualmente fora de contextos. Isto deve-se a que a aprendizagem é significativa quando tem sentido para o aluno, coisa que não acontece com a aprendizagem mecânico-memorística.

6. O nível de estimulação dos alunos tem de ser adequado. Se a estimulação é muito reduzida não se produzem mudanças. Se é excessiva, costuma produzir ansiedade e frustração.

7. Pelo que respeita ao nível de dificuldade das tarefas pode-se afirmar que:
- As mudanças moderadas no nível de dificuldade e complexidade de uma tarefa favorecem a motivação intrínseca em quem a realiza; ao serem atraentes e agradáveis. As mudanças bruscas são rejeitadas ao serem identificadas como desagradáveis.
- O nível de dificuldade de uma tarefa tem de ser adequado, favorecendo o próximo passo dos alunos. As tarefas percebidas como muito fáceis ou muito difíceis não criam motivação. As mais motivantes são aquelas percebidas com um nível médio de dificuldade.

8. O professor que dá autonomia no trabalho promove a motivação de sucesso e auto estima, aumentando assim a motivação intrínseca. Os professores centrados no controle diminuem a motivação.

9. As expectativas do professor sobre o aluno são profecias que se cumprem por si mesmas. O aluno tende a render o que o professor espera dele.

10. A atmosfera interpessoal na qual se desenrola a tarefa há-de permitir ao aluno sentir-se apoiado cálida e honestamente, respeitado como pessoa e capaz de dirigir e orientar a sua própria acção. Um ambiente de optimismo aumenta a motivação.

11. Tem de se cuidar a motivação extrínseca nas tarefas rotineiras e à base de memória, e a motivação intrínseca nas tarefas de aprendizagem conceptual, resolução de problemas e criatividade.

12. É preciso partir da própria experiência para chegar à formulação de princípios e leis (método indutivo). Isto consegue-se quando se inserem ocorrências, factos e situações ocasionais da vida real dos alunos no desenvolvimento do tema correspondente; quando se relaciona o que se ensina com a realidade circundante vivencial para o aluno; quando se parte de factos ou acontecimentos da actualidade que têm grande relevância; quando se utiliza a experimentação, etc. Trata-se de tornar, na medida do possível, a teoria mais extraída da prática para não se ficar na pura teoria, indo do particular para o geral, do conhecido para o desconhecido, dos factos para os princípios, do simples para o complexo.

13. Quando se usa o processo dedutivo, os alunos, devem ver plasmada em factos práticos a teoria estudada previamente.

14. Devem-se relacionar os temas a tratar com os interesses, necessidades e problemas próprios de cada idade ou fase da vida, sempre que seja possível. O progresso é mais rápido quando os alunos reconhecem que a tarefa coincide com os seus interesses imediatos.

15.A motivação aumenta quando o material didáctico que se utiliza é o adequado(diapositivos, transparências, vídeos, cassetes, etc.).

16. É muito conveniente dar a conhecer os objectivos que se pretendem alcançar em cada unidade didáctica.

17. É preciso evitar a repreensão pública, o sarcasmo, as comparações ridículas, as tarefas em demasia e, em geral, todas as condições desfavoráveis para o trabalho escolar. Pelo contrário, deve-se utilizar, quando for necessário, a repreensão privada, a conversa particular e amistosa e quantos factores positivos animem o aluno.

18 Devem-se comunicar aos alunos os resultados dos seus trabalhos o mais imediatamente possível. O conhecimento dos resultados é um forte estimulo para obter mais rapidez e maior exactidão.

19. O professor deve mostrar interesse por cada aluno: pelos seus êxitos, pelas suas dificuldades, pelos seus planos... e de maneira que o aluno o note.

20. As estratégias operativas e participativas são mais motivantes que as passivas e dogmáticas. Os resultados são melhores quando o aluno descobre verdades científicas, e quando as tarefas são realizadas sem coacção. É muito positivo comprometer o aluno numa determinada tarefa ou trabalho.

21. A competição, bem usada, pode ser um bom recurso de motivação quando se a usa como jogo em grupo, ou o aluno joga consigo mesmo (auto competição).

22. É preciso evitar que actuem sobre o educando motivos contraditórios simultaneamente.

23. Quando um motivo forte é frustrado, pode provocar formas indesejáveis de comportamento.

24. Há que ter em conta as diferenças individuais na motivação. O papel do professor não consiste só em condicionar novos motivos desejáveis, mas também em explorar convenientemente os muitos que estão presentes em cada educando.

25. Cada qual é motivado pelo que tem valor para si. Entre motivo e valor não existe diferença. A motivação é o efeito da descoberta do valor. Por isso se toma necessário conseguir que os alunos reconheçam o valor que tem cada matéria, tanto a nível pessoal como social.


tipos de motivaçao


Motivação intrínseca

A motivação intrínseca para estudo em cursos de ciência da computação é o tema do artigo Intrinsic motivation in computer science classroom, de Patrick Byrne. Apesar desse foco específico na educação, as informações levantadas e técnicas propostas por ele podem ser aplicados em vários outros contextos.


Motivação intrínseca é aquela em que não há recompensa ou punição externa. Byrne cita Edward Deci e Richard Ryan que afirmaram que “as necessidades inatas de competência e autodeterminação são manifestadas através da curiosidade e interesse e levam as pessoas a explorar e manipular“. Eles também dizem que “ao assumir continuamente novos desafios e se esforçar para vencê-los, as pessoas não apenas experimentam uma satisfação espontânea e intrínseca, como também desenvolvem habilidades que as permitirão ser mais eficientes e autônomas“.
Motivação extrínseca é aquela em que há recompensa ou punição para realização da atividade. Na educação, por exemplo, esse é a forma atual, sustentada pelas provas e notas que definem aprovações ou reprovações. Byrne também cita Barbara McCombs, que disse que, no sistema atual de educação, “os estudantes (a) são obrigados a aprender a algo pelo qual não se interessam, (b) tem pouco ou nenhum controle ou escolha, (c) não têm habilidades ou recursos para serem bem sucedidos ou (d) não têm suporte ou recursos adequados (inclusive apoio, encorajamento e respeito)“.
Byrne apresenta uma série de factores que devem estar presentes para haver motivação intrínseca em uma atividade:
  • Desafio – a atividade deve oferecer um nível crescente de desafio em equilíbrio com o crescimento das habilidades do participante.
  • Curiosidade – a actividade deve oferecer uma complexidade de informação ou incongruência em relação ao conhecimento atual do participante.
  • Control – o participante deve ter a sensação de control sobre a atividade.
  • Fantasia – a atividade pode oferecer uma certa diversão para o participante, através do uso da fantasia.
  • Satisfação pessoal – a atividade deve promover os sentimentos de competência e autodeterminação
Outros fatores também foram citados por Byrne, mas os acima estão em sintonia com as propostas de Mihaly Csikszentmihalyi e de Nakatsu, Rauterberg e Vorderer. Entre esses outros fatores, aparecem relevância da atividade, vínculo com as outras atividades que os participantes já executaram e a participação do promotor.
Nesse último ponto, Byrne alerta que não basta oferecer as atividades para os participantes, há também a necessidade de acompanhamento. O promotor (professor no caso da educação) deve encorajar os participantes, oferecer feedback, dar liberdade às discussões, aceitar que os resultados podem não ser os esperados e aceitar a diversidade entre os participantes.